sábado, 30 de julho de 2011

Embaixo do teto dos Duvignaud






















































Encontrei essas obras no acervo do meu sogro, o sociólogo francês Jean Duvignaud, a família deseja doar boa parte de seus livros á biblioteca da cidade de La Rochelle, onde ele nasceu e morreu.
É esquisito mexer nos livros de alguém que já não está mais aqui. É quase como invadir a intimidade, violentar os segredos de uma pessoa. E a cada livro aberto parece que ressuscitamos um pouquinho o ente que já se foi. Ficamos ali, imaginando aquelas palavras relidas, buscando relembrar o timbre da voz de quem não esta mais aqui, e o que nos resta é o eterno silencio dos livros.













quinta-feira, 21 de julho de 2011

Desejos de uma atriz...

So te digo uma coisa, não quero ser impermeável, quero ser porosa, extremamente porosa, para absorver tudo como uma esponja.

QK

Monete quer me matar!


Simona, não sei responder sua pergunta sobre qual foi momento mais feliz da minha vida, mas certamente, o do meu dia foi escutando essa musica que você me mandou.


http://www.youtube.com/watch?v=CiVDzTT4CbE

O Vento É Selvagem

Me ame, me ame, me ame
Diga que me ama
Me deixe voar pra longe
Com você
Porque meu amor
É como o vento
E o vento é selvagem

Dê-me mais
Do que só uma carícia
Satisfaça essa
Avidez
Deixe o vento
Soprar em seu coração
Porque o vento é selvagem

Você...
Me tocou...
E eu escutei sons
De bandolins
Você...
Me beijou...
Por causa do seu beijo
Comecei a viver
Você para mim é a primavera
É todas as coisas
Para mim

Você não sabe que você
É a vida em si?
Como uma folha se prende
À árvore
Oh, meu amor
Se prenda em mim
Porque somos criaturas
Do vento
E o vento é selvagem
O vento é selvagem

O vento é selvagem
O vento é selvagem

Ilustração Carlos Trincheiras

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia."

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Há quem não goste da Marina...eu gosto!



Sexta-feira à noite
Os homens acariciam o clitóris das esposas
Com dedos molhados de saliva.
Contam dinheiro, papéis, documentos
E folheiam nas revistas
A vida dos seus ídolos.

Sexta-feira à noite
Os homens penetram suas esposas
Com tédio e pênis.
O mesmo tédio com que todos os dias
Enfiam o carro na garagem
O dedo no nariz
E metem a mão no bolso
Para coçar o saco.

Sexta-feira à noite
Os homens ressonam de borco
Enquanto as mulheres no escuro
Encaram seu destino
E sonham com o príncipe encantado


Marina Colasanti

domingo, 17 de julho de 2011

A pessoa é para o que nasce


O teatro revive dos atores, do tablado, do público e de uma paixão entre eles. E eu amo os atores, atrizes e o público por este poder. E quero morrer neste palco, onde se dá essa viva alquimia. E peço mais. Quando meu corpo descer a terra, minha alma não suba aos céus. Fique aqui, perambulando por essas cortinas, sentado em uma dessas cadeiras, fazendo estalar o assoalho quando meu espírito passar sobre ele até o final dos tempos. E no fim do fim, meu Deus, que eu saia daqui direto para o seu seio. Se é que estando no palco, já não estarei nele.

Quase nada é preciso
Para que ele exista
Onde e quando podem estar
Não há tempo nem lugar

Pode acontecer mesmo
Sem ter o show beleza
E criar-se do banal
Sem ter nada especial

Faz muito tempo que dizem
Que ele um dia vai morrer... Morrer
Mas insistente ele teima
Sempre em sobreviver

A
magia que ele cria

Logo esmaece
Feito bolha de sabão
Breve e intenso qual paixão

Nos prova lágrimas e risos
Nos encanta
Dá-nos o prazer e a dor
Nos faz ter ódio e amor

Ele prescinde de trajes,
De cenário, luz e cor... E cor
Mas não consegue viver
Sem o auxílio do ator
Mas não consegue viver
Sem o auxílio do ator

Vive o teatro, vive!
Vive do nosso amor
Vive o teatro, vive!
Enquanto houver o ator

Viva o teatro, viva!
Sobe o pano outra vez
Viva o teatro, viva!
Do aplauso de vocês
Do aplauco de vocês

(Grupo Galpão)


Foto de Giovanna Hackradt

Metier de atriz tem dessas coisas... fazer o que?

Prefiro morrer de tiro do que de tédio

Os abismos estão diante de mim, agora encho meus pulmões nos minutos que antecedem o salto, poderia ser a queda, mas prefiro chamar de salto, um enorme salto, que me lançará no turbilhão de encontros. E se o salto findar em queda, ainda assim, me deliciarei com o vento que me tocará no percurso do fim.

E assim, ninguém poderá dizer que não me atirei de todos os abismos... (S.Talma)