Criticas realizadas em 2007 pelos jornalistas Magela Lima-CE e Sebastião Vicente-DF.
Nessa época o elenco ainda era composto por Quitéria Kelly e Titina Medeiros. Recentemente Titina foi substituída pela atriz Alessandra Augusta.
Nessa época o elenco ainda era composto por Quitéria Kelly e Titina Medeiros. Recentemente Titina foi substituída pela atriz Alessandra Augusta.
“A princípio,
“Pobres de Marré” — até mesmo por uma sugestão do próprio título — parece
apontar ou aguçar uma discussão com viés mais social, político, sobre a
condição de exclusão que acompanha a rotina dos moradores de rua. Destaque na
última edição do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, a peça, no
entanto, é o convite ao despertar dos afetos. Em meio ao nada absoluto de seus
cotidianos, Maria e Dasdô passam a figurar como alicerces mútuos de suas vidas.
Simples, mas extremamente arrojado no que diz respeito à performance de suas intérpretes, “Pobres de Marré” transforma olhares na medida em que universaliza as tensões dos convívios não programados, mas absolutamente essenciais. Maria e Dasdô são o que são enquanto encontro. Sozinhas, perdem sentido, se esvaem. É justamente aí, no convite ao encontro, que “Pobres de Marré” fisga seus públicos”.
Magela Lima
Repórter/Diário do Nordeste/CE
Simples, mas extremamente arrojado no que diz respeito à performance de suas intérpretes, “Pobres de Marré” transforma olhares na medida em que universaliza as tensões dos convívios não programados, mas absolutamente essenciais. Maria e Dasdô são o que são enquanto encontro. Sozinhas, perdem sentido, se esvaem. É justamente aí, no convite ao encontro, que “Pobres de Marré” fisga seus públicos”.
Magela Lima
Repórter/Diário do Nordeste/CE
“Pobres
de Marre” prefere contemplar a autocomiseração defensiva presente na pobreza
extrema do que teorizar sobre ela. Que a encenação valoriza mais o enlevo
romântico deformado da catadora de lixo do que a dissertação sobre a cadeia
econômica que faz com que essa pessoa exista.
E assim por diante, sempre na perspectiva de reproduzir a maneira como
uma realidade acachapante de uma chaga brasileira constrói pequenos vícios,
minúsculos sonhos e expectativas caducas em duas criaturas pobres de fazer
pena.
Sebastião Vicente/ jornalista tv câmara Brasília/DF